Cometi quase todos os tipos de erros e por meio deles aprendi muitas verdades. “Errare humanun est”.
“As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender” – Paulinho da Viola
Meu maior patrimônio é meu trabalho: produz flores e frutos e deles eu vivo. Alberto Gabriel Bianchi
Hoje, 28 de janeiro de 2009, quarta-feira, completo 63 anos de idade e confesso que durante todos esses anos vivi a felicidade plena.
Nasci na Parada Inglesa, São Paulo e adotei Pirangi como cidade do meu coração.
Pirangi que sempre amei que traz grandes recordações da minha infância e parte da minha juventude. Pirangi das noites enluaradas e que deixava as matas prateadas rebrilhando na amplidão. Nos campos verdejantes, no matagal, nos lagos e riachos os pássaros cantavam e eu me apaixonava cada vez mais. Relembro comovido os tempos lá vividos, os dias alegres que lá passei. Tenho muita paixão e profundo respeito por tamanha maravilha e pela paisagem mística que lá existia.
Quero declarar ao mundo inteiro que minha vida foi muito feliz, mesmo diante de tantas adversidades. Foi muito suave e florida, apesar de todos os espinhos.
Tive uma infância alegre e cheia de carinho, uma adolescência plena de felicidade e na vida adulta, aos poucos vou realizando todos os meus sonhos.
Neste mundo venusto ninguém vive mais feliz e sem susto do que eu e, a alegria que existe no meu coração, transborda quanto mais o tempo passa. Queria que nesta terra, todos amassem a todos sem guerra.
Nos velhos tempos de venturas e desventuras gritava ao mundo inteiro que viver é maravilhoso. Viver tendo um lar cheio de simplicidade e muito amor é algo venturoso. Hoje faço 63 anos de existência e tenho minha história para contar. Uma história de encantos e de alegria por todos os cantos. Sei que talvez seja um peregrino sonhador que vive a harmonia do sublime e desperta com poesias a flutuar no ar, para não sofrer as torturas do mundo e do olhar maligno daqueles que só nos querem magoar. Sozinho, viajei pela vida lutando desesperado com a fé que nos dá o amor e a força do trabalho que nos dá todo valor.
Sou casado com Olinda com quem tenho três filhos: Rogério, Alberto e Symara; dois netos: Davi e Luca.
Só o lado bom alegre e venturoso, quero contar. O lado triste e adverso fica guardado na minha consciência para que possa consultar sempre que necessário para me defender e sobreviver.
Vivi a doçura e o amargor da vida. Vivi a dor e o prazer. Senti todos os sabores e dissabores para que pudesse valorizar e comparar as ações do ato de viver. Errei muito e aprendi. Por isso é que afirmo que fui feliz, tive os maiores prazeres possíveis e os vivi intensamente.
Sempre amei toda a natureza e, portanto, todo ser humano. Amei sem nada querer e nem esperar. Amei de todas as formas e com todas as forças. Amei com todas as emoções e, também, com devoção.
Amo os seres de todas as cores, credos e raças. Os doentes e não doentes. Para mim não existe pobre nem rico. Existe o ser humano que é o bem maior da natureza, segundo conceitos do próprio homem.
Nos caminhos longos da vida muito aprendi, momentos de muito amor eu vivi e todos sob a luz da esperança e da amizade.
Conheci muitas pessoas e todas foram importantes para mim e para minha formação.
Morei na roça onde diziam que eu era capiau ou jacu. Lá fazia muitas peraltices, corria pelas matas atrás de uma fruta, mergulhava nos rios e riachos para me refrescar, via as aves revoando os céus no amanhecer e no entardecer levando o amor para povoar a mente do sertanejo. Depois fui para a pequena Pirangi onde diziam que era caipira e dali voltei para a grande metrópole e continuaram a dizer que eu era caipira do interior. Na babel paulistana conheci muitas pessoas e fiz grandes amizades, muitos amores e um mundo pleno de realizações.
De São Paulo para o mundo foi questão de tempo. Visitei todas as capitais de Estado do Brasil. Quase todas as capitais da América Latina. E uma infinidade de países da Europa.
Fiz muita coisa boa pela vida: andei a cavalo em pelo, com focinheira e com sorfete, pelas campinas. Montei em cavalo arreado e passeava pela cidade com todo cuidado. Andei de carroça, carroção de bois, de charrete, trole, bicicleta, trator, Ford 29, jardineira, caminhão e carrinho de rolimã. Andei de bonde, trem e ônibus urbano e de alto luxo. Naveguei de piroga, barco a remo e com motor, de lancha, iate e navio. Também viajei, muito de avião.
Conheci rios, florestas, desertos, montanhas. Senti o frescor da Serra de Monte Alto, do Mar, da Mantiqueira, da Cantareira, dos Andes, dos Alpes Suíços e dos Apeninos, na Itália.
Dancei ao som de grandes orquestras no Clube de Pirangi, no Fazendinha, no Palácio de Mármore, Pinheiros, Paulistano, no Palácio de Versalles, Casa de Portugal, dancei em Viena, Alemanha e em Roma e muitos outros lugares lindos. Dancei tango em Buenos Aires e samba na Alemanha. Dancei ao som das vitrolas nos bailinhos realizados nos fins de semana na casa de muitos amigos e amigas. Dancei ao som das sanfonas de 120 e 180 baixos em terreiros de café das fazendas de Pirangi e região.
Participei dos festivais de Folclore, Nacional e Internacional de Olímpia, Estado de São Paulo. Festival de Folclore do Tirol, na Áustria. Grandes e pequenos Festivais de músicas. Muitas festas de Peão de Boiadeiro, especialmente as de Pirangi e Barretos. Participei de muitas Bienais do Livro, Salão de automóveis, várias feiras nacionais e internacionais.
Conheci museus de todas as partes do mundo. Do museu de Monte Alto e Jaboticabal, interior de São Paulo; o Ipiranga e o Museu de Arte Moderna na Capital; o Louvre na França e o Museu Casa de Rembrandt, em Amsterdam. Conheci até o local onde vai ser instalado um museu, debaixo de um viaduto nas proximidades da Biblioteca Municipal e da represa (cartão postal de Rio Preto). É o museu do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de São José do Rio Preto.
Conheço muitas cidades pelo interior do nosso País e quase todas do Estado de São Paulo.
Fui menino de sitio, menino de rua, menino de circo, menino de recados, menino engraxate, menino de palco e menino de escritório.
Pesquei nos rios Tabarana, Turvo, Pardo, Tiete, Mogi, Grande, Paraná, Paraguai, Juruá, Araguaia, Formoso do Araguaia, Cuiabá, Miranda, Ribeirão dos Porcos, Feio, Aquidauana, Paranapanema e tantos outros.
Meu eterno agradecimento a todos os moradores de Pirangi, todos os amigos e irmãos do velho ginásio da Vila Mazzei, aos amigos de São Paulo, aos grandes amigos de Bauru, aos amigos e Irmãos de Marília, aos amigos e Irmãos de São José do Rio Preto, aos amigos e Irmãos da ARLS “Cavalheiros da Amizade”, aos Ilustres Acadêmicos da Academia Rio-Pretense Maçônica de Letras, aos Diretores e Acadêmicos da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, aos diretores da Fundação Libero Badaró de Ensino, Assistência Social e Cultura - FULBEAS, aos diretores do Instituto Riopretense dos Cegos Trabalhadores, aos membros da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais e a todos os seus membros correspondentes que vivem pelo Brasil e pelo mundo, aos escritores da Associação Rio-pretense dos Escritores – ARPE, aos colegas e amigos da Ordem dos Advogados do Brasil, enfim, a todas as pessoas esparsas pelo mundo com quem convivi ou convivo.
Muito obrigado à minha família e a família Pockel Prado, com quem passamos um belíssimo Natal nos dias 24 e 25 de dezembro de 2008.
Muito obrigado às minhas sete Irmãs e aos meus cunhados, com os quais, eu, Olinda, Rogério, Fernanda e Luca, passamos a véspera e o dia de Ano Novo (30/12/2008 e 01/01/2009). Foi uma noite muito feliz.
Plantei muitas árvores, escrevi alguns livros, muitas poesias e tenho três filhos. Sinto-me plenamente realizado. Talvez queira ser aquilo que não sou. Talvez seja aquilo que não sei, mas ainda quero ser.
Um obrigado saudoso aos meus pais: Abílio Bianchi e Célia Arroyo Bianchi
Quero sonhar, quero viver seguindo em frente, quero alçar longos vôos realizando mais muito mais, quero ver o mundo com todos os seus problemas de saúde, educação e conflitos resolvidos e, em 28 de janeiro de 2010, aqui estarei novamente escrevendo com toda a energia da suprema alegria de viver.
Alberto Gabriel Bianchi – 28 de janeiro de 2009.