“TOQUE DE RECOLHER”
Em Pirangi, pequena cidade do interior do nosso Estado, aqui bem próximo à São José do Rio Preto, em 1958 existia um só soldado com o nome de Nascimento e que mantinha a ordem e a disciplina principalmente em relação aos jovens.
O soldado Nascimento era a única autoridade naquela hospitaleira comunidade, além do Prefeito. Ele não permitia, em hipótese alguma, que um jovem fosse visto andando pela cidade depois das 22h00m. Pedia, primeiro que fosse imediatamente para casa. Se o menino, como éramos chamado, insistisse em ficar pelas ruas, seus pais eram de imediato acordados e notificados do fato. Aí era surra ou castigo na certa.
A cidade vivia uma paz invejável. As crianças eram saudáveis, estudiosas e com uma educação de dar inveja. As aulas começavam às sete horas da manhã e lá estávamos nós com toda a disposição do mundo.
Às 18h00m, hora da “Ave Maria” e todos iam para a “reza”, depois um sorvete, em seguida tentar ouvir a prosa dos adultos na soleira das portas da rua do centro e 9h00m, cama.
O mundo fui rodando. 1960 - São Paulo, capital do Estado – era possível andar a noite com certa tranqüilidade, não existia tanta violência. O que podíamos encontrar era um ou outro bêbado perambulando pela rua. Éramos estudantes e o nosso retorno ocorria por volta de 23h00m, e normalmente andávamos em grupo, o que nos dava total segurança.
Dormíamos cedo, uma vez que tínhamos que trabalhar no dia seguinte. E como em São Paulo tudo é longe, madrugávamos.
À medida que o tempo foi passando, as coisas foram se modificando e os hábitos também. A vida noturna foi ficando cada vez mais intensa e o que incomodava era só o barulho. Reclamavam, e a resposta era: é só nos finais de semana – deixa são jovens! E assim as coisas caminharam até chegar ao ponto em que estamos.
Em contrapartida os prejuízos para o ser humano e para o governo, foram enormes. Acidentes, crimes, doenças, insegurança total, trânsito, perversão, drogas e tantas outras tragédias, sem contar o alto custo aos cofres públicos.
A vida noturna foi se intensificando cada vez mais. Os investimentos foram grandes e a geração de empregos também. Chegou-se a um ponto quase insuportável para se reverter a situação. Ninguém quer perder, até porque ninguém consegue explicar que não vamos perder e sim ganhar muito com o fechamento dos estabelecimentos antes da meia noite. O país, o comércio, as pessoas vão lucrar muito com o “TOQUE DE RECOLHER”. Quem paga a conta? Somos nós, por isso vamos lucrar. Não podemos pensar somente no capitalismo selvagem. Precisamos pensar no futuro das gerações, na nossa segurança e nossa saúde. É preciso pensar no homem que é o nosso bem maior.
Com o aumento da violência em São Paulo resolvi vir novamente para o interior. Aportei em São José do Rio Preto, chamada no passado de “cidade cabocla”, e aqui fui acolhido com carinho e muita felicidade durante todos esses anos. A vida noturna em nossa cidade é intensa e muito alegre, todavia não devemos deixar as coisas se agravarem ainda mais, conscientizando os empresários da necessidade de pararmos até, no máximo, meia noite. A violência noturna, infelizmente, está aumentando por aqui.
Viajei pela Europa e lá as pessoas respeitam, aceitam e vivem sob o império da lei, porque as leis funcionam e a punição existe.
Estava em Paris, cidade luz, cidade cheia de vida, uma maravilha. Estava cansado dos passeios diurnos e fui para o hotel descansar um pouco e dormi demais, acordando onze horas da noite com uma fome danada. Fui correndo chamar um táxi na tentativa de encontrar um restaurante ou uma lanchonete aberta para comer alguma coisa. Quando o táxi chegou, expliquei o que queria e o motorista gentilmente, disse: nós aqui dormimos cedo e você não vai encontrar nada aberto há esta hora. Procure no próprio hotel onde você está e tente conseguir um lanchinho. Assustei...Paris....23horas e nenhum restaurante aberto! Isso é que é maravilha, exclamei. Bem que no Brasil poderia ser assim. Teríamos um pouco de paz durante a noite.
Tenho ouvido pela TV que algumas cidades da nossa região estão conseguindo fazer valer o “TOQUE DE RECOLHER”, determinado pelo Poder Judiciário.
Essa medida ajuda muito e é um bom começo para depois definirmos o horário de funcionamento dos bares durante a noite, para evitarmos o insuportável alvoroço noturno.
Parabéns! Parabéns! Que o Brasil inteiro siga o exemplo e teremos uma sociedade saudável e mais justa.
Não é cerceamento do direito de ir e vir, quando o limite imposto pela lei, é para o bem comum.
Democracia é liberdade com limite. Vamos respeitar.
A nossa juventude estará salva e os pais e familiares dormirão tranqüilos, sabendo que o Estado está fazendo a sua parte. Os jovens irão acordar com mais disposição, com mais motivação para o trabalho e para a vida. Atitudes como estas é que darão confiança para um povo ordeiro, hospitaleiro e com vontade de vencer pela educação e respeito às leis.
Em Pirangi, pequena cidade do interior do nosso Estado, aqui bem próximo à São José do Rio Preto, em 1958 existia um só soldado com o nome de Nascimento e que mantinha a ordem e a disciplina principalmente em relação aos jovens.
O soldado Nascimento era a única autoridade naquela hospitaleira comunidade, além do Prefeito. Ele não permitia, em hipótese alguma, que um jovem fosse visto andando pela cidade depois das 22h00m. Pedia, primeiro que fosse imediatamente para casa. Se o menino, como éramos chamado, insistisse em ficar pelas ruas, seus pais eram de imediato acordados e notificados do fato. Aí era surra ou castigo na certa.
A cidade vivia uma paz invejável. As crianças eram saudáveis, estudiosas e com uma educação de dar inveja. As aulas começavam às sete horas da manhã e lá estávamos nós com toda a disposição do mundo.
Às 18h00m, hora da “Ave Maria” e todos iam para a “reza”, depois um sorvete, em seguida tentar ouvir a prosa dos adultos na soleira das portas da rua do centro e 9h00m, cama.
O mundo fui rodando. 1960 - São Paulo, capital do Estado – era possível andar a noite com certa tranqüilidade, não existia tanta violência. O que podíamos encontrar era um ou outro bêbado perambulando pela rua. Éramos estudantes e o nosso retorno ocorria por volta de 23h00m, e normalmente andávamos em grupo, o que nos dava total segurança.
Dormíamos cedo, uma vez que tínhamos que trabalhar no dia seguinte. E como em São Paulo tudo é longe, madrugávamos.
À medida que o tempo foi passando, as coisas foram se modificando e os hábitos também. A vida noturna foi ficando cada vez mais intensa e o que incomodava era só o barulho. Reclamavam, e a resposta era: é só nos finais de semana – deixa são jovens! E assim as coisas caminharam até chegar ao ponto em que estamos.
Em contrapartida os prejuízos para o ser humano e para o governo, foram enormes. Acidentes, crimes, doenças, insegurança total, trânsito, perversão, drogas e tantas outras tragédias, sem contar o alto custo aos cofres públicos.
A vida noturna foi se intensificando cada vez mais. Os investimentos foram grandes e a geração de empregos também. Chegou-se a um ponto quase insuportável para se reverter a situação. Ninguém quer perder, até porque ninguém consegue explicar que não vamos perder e sim ganhar muito com o fechamento dos estabelecimentos antes da meia noite. O país, o comércio, as pessoas vão lucrar muito com o “TOQUE DE RECOLHER”. Quem paga a conta? Somos nós, por isso vamos lucrar. Não podemos pensar somente no capitalismo selvagem. Precisamos pensar no futuro das gerações, na nossa segurança e nossa saúde. É preciso pensar no homem que é o nosso bem maior.
Com o aumento da violência em São Paulo resolvi vir novamente para o interior. Aportei em São José do Rio Preto, chamada no passado de “cidade cabocla”, e aqui fui acolhido com carinho e muita felicidade durante todos esses anos. A vida noturna em nossa cidade é intensa e muito alegre, todavia não devemos deixar as coisas se agravarem ainda mais, conscientizando os empresários da necessidade de pararmos até, no máximo, meia noite. A violência noturna, infelizmente, está aumentando por aqui.
Viajei pela Europa e lá as pessoas respeitam, aceitam e vivem sob o império da lei, porque as leis funcionam e a punição existe.
Estava em Paris, cidade luz, cidade cheia de vida, uma maravilha. Estava cansado dos passeios diurnos e fui para o hotel descansar um pouco e dormi demais, acordando onze horas da noite com uma fome danada. Fui correndo chamar um táxi na tentativa de encontrar um restaurante ou uma lanchonete aberta para comer alguma coisa. Quando o táxi chegou, expliquei o que queria e o motorista gentilmente, disse: nós aqui dormimos cedo e você não vai encontrar nada aberto há esta hora. Procure no próprio hotel onde você está e tente conseguir um lanchinho. Assustei...Paris....23horas e nenhum restaurante aberto! Isso é que é maravilha, exclamei. Bem que no Brasil poderia ser assim. Teríamos um pouco de paz durante a noite.
Tenho ouvido pela TV que algumas cidades da nossa região estão conseguindo fazer valer o “TOQUE DE RECOLHER”, determinado pelo Poder Judiciário.
Essa medida ajuda muito e é um bom começo para depois definirmos o horário de funcionamento dos bares durante a noite, para evitarmos o insuportável alvoroço noturno.
Parabéns! Parabéns! Que o Brasil inteiro siga o exemplo e teremos uma sociedade saudável e mais justa.
Não é cerceamento do direito de ir e vir, quando o limite imposto pela lei, é para o bem comum.
Democracia é liberdade com limite. Vamos respeitar.
A nossa juventude estará salva e os pais e familiares dormirão tranqüilos, sabendo que o Estado está fazendo a sua parte. Os jovens irão acordar com mais disposição, com mais motivação para o trabalho e para a vida. Atitudes como estas é que darão confiança para um povo ordeiro, hospitaleiro e com vontade de vencer pela educação e respeito às leis.
Alberto Gabriel Bianchi – Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, Academia Rio-Pretense Maçônica de Letras e Academia Maçônica Internacional de Letras, de Lisboa.