domingo, 25 de outubro de 2009

ARLS "CAVALHEIROS DA AMIZADE" Nº. 131, NOVO ESTANDARTE

São José do Rio Preto, 09 de novembro de 2009

Á GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

ESTANDARTE DA ARLS “CAVALHEIROS DA AMIZADE” Nº. 131

O Estandarte é uma insígnia de tecido ou outro material, cuja importância simbólica e esotérica, é de muito valor. As cores diversas e os símbolos nele estampados identificam a filosofia, o objetivo e a finalidade de uma Instituição, entidade ou organização.

A função de Porta-Estandarte é das mais nobres, uma vez que o Estandarte é a mais genuína representação da Loja, seus ideais e desejos.

É o Irmão Porta Estandarte que tem a incumbência, de sob juramento, empenhando sua palavra de maçom, honrar e fazer honrar, defender e fazer defender o estandarte, entregando-o puro e sem mácula, como o faço agora, ao seu sucessor, com espírito de fraternidade e com o mesmo carinho com que o primeiro Porta-Estandarte o empunhou desde o dia de sua consagração.

A particularidade do objeto estandarte em relação a outros símbolos, tais como bandeiras e brasões, é que o estandarte é próprio para promover a união de homens de ação. Assim como a bandeira encerra o símbolo da pátria, que nos inspira reverência, os brasões distinguem a origem da formação das associações, o estandarte além de encerrar todos os símbolos e origem das instituições é o instrumento de inspiração para o trabalho, para a ação, para a vida.

A Maçonaria, através da sua simbologia que está encerrada nos estandartes de todas as Lojas, conclama a todos a lutar pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, aglutinando todos os homens livres e de bons costumes para alcançar os ideais supremos da humanidade que redundarão em paz e progresso para o mundo.

E quando uma Loja Maçônica decide mudar seu símbolo, como o faz a ARLS “Cavalheiros da Amizade”, conforme aprovado por unanimidade, em Assembléia, no dia 14 de setembro de 2009, é essencial entregar àqueles que nos sucedem, o magnífico acervo das tradições e costumes da nossa Ordem e que seja feito um registro cuidadoso, para permitir à posteridade compreender perfeitamente suas razões e objetivos. Toda e qualquer instituição precisa de um símbolo seu.

Nas palavras do Dr. Whitney Smith, eminente vexilólogo, “...a ação cooperativa, em qualquer sociedade, requer comunicação; esta por sua vez, depende de um discurso comum. Símbolos de todos os tipos, incluindo bandeiras, estabelecem princípios de relações entre indivíduos numa sociedade, entre estes e outras sociedades e entre todos os seres humanos e os campos da natureza e do espírito”. Quer dizer, um símbolo deve comunicar, deve ser compreendido, ao menos pelos componentes da Instituição, para eficientemente representá-la.

Quatro foram os motivos que nos conduziram à mudança:

•Primeiro: a insuficiência representativa do símbolo anterior;

•Segundo: depois que os Irmãos Aníbal Benhossi e Ney Giordan Marcondes de Godoy nos contaram a verdadeira história sobre a origem da nossa Loja, escrevendo que foi fundada em 06 de novembro de 1965, em reunião realizada no Templo da ARLS “Filhos de Osíris” nº. 30, às 20h00min, presidida pelo Irmão Alberto Chamellete, então Delegado do 5º. Distrito Maçônico da GLESP e o nome “Cavalheiros da Amizade” surgiu do desejo de provocar a união definitiva entre os maçons de duas antigas Lojas que não estariam cumprindo com os verdadeiros princípios da nossa Instituição, especialmente em relação à fraternidade, cavalheirismo e amizade, o que logo em seguida foi sentido e a união voltou a reinar de maneira invejável até os dias de hoje;

•Terceiro: conseguir representar de modo facilmente compreensível, a natureza e os objetivos da nossa Loja;

•Quarto: ter um símbolo de nossa exclusiva e inequívoca propriedade, passível de registro legal, como o fizemos: microfilmado sob nº.................

Foi feito de forma retangular, com um ângulo obtuso no seu vértice inferior, como a maioria dos Estandartes, tipo bandeira universal, medindo 1,25 metros de comprimento por 0,81 metros de largura. Dois cordões trançados na cor dourada, com 0,72 metros cada um, com borlas pendentes feitas com fios de ouro nas extremidades. Uma franja dourada de 2 cm de largura contornando os flancos esquerdo e direito e da ponta baixa do Estandarte em jade, significando o fulgor da fraternidade maçônica.

As letras “À G.·.D.·.G.·.A.·.D.·.U.·.” em jade com 5 cm cada; ARLS “Cavalheiros da Amizade” nº. 131, em sable com 5 cm cada; Oriente de São José do Rio Preto – SP, Fundada em 06/11/1965 e G.·.L.·.E.·.S.·.P.·., em jade com 3 cm cada.

O suporte para o Estandarte em Loja é de ferro roliço marrom com 2,51 metros de altura, com as extremidades, superior e inferior, prateadas.

Utilizamos o mais universal dos símbolos maçônicos, tão fundamental que está entre os princípios básicos da Maçonaria Universal, ou seja, o Compasso e o Esquadro.

Que as três Grandes Luzes da Maçonaria, a saber, o Volume da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso estejam sempre em evidência quando a ARLS “Cavalheiros da Amizade” estiver trabalhando como um verdadeira escola de maçonaria.

Chegamos assim à essência do novo Estandarte:

Peço vênia aos heraldistas profissionais pelo meu pouco conhecimento, para que nosso Estandarte, em linguagem heráldica possa ser assim descrito:

Em campo de blau escuro sob a barra de sustentação dourada está a divisa: “À G.·.D.·.G.·.A.·.D.·.U.·.”., em letras jaldes, e logo abaixo está a franja amarelo ouro (fios de ouro). É invocação obrigatória a todos os maçons, inclusive em toda coluna gravada colocada na Bolsa de Propostas e Informações e antes de encetar seus trabalhos práticos, escritos ou orais, além de ter a identificação de quem a escreveu. Esta fórmula é o Símbolo do Construtor do Universo, imagem que se harmoniza perfeitamente com o ofício dos construtores e sob cujo nome trabalhavam outrora, todos os maçons.

Entre as letras “A” e “C” (douradas) está o “Olho que tudo Vê”, inscrito em um triângulo eqüilátero dourado que representa o Grande Arquiteto do Universo, ou o Eu Superior, para o qual deve o iniciado dirigir suas aspirações, cujo olho luminoso é o olho da sabedoria e da providência, que observa, prevê e provê. São dois símbolos que formam um só, que foi o mais estável de todos. Sempre significou a consciência de Deus, que tudo penetra, ou a visão universal da Divindade. O triângulo é um símbolo de perfeição.

A letra “C” encimando a coluna dourada à destra, significa “CAVALHEIROS” e a letra “A” encimando a coluna da mesma cor à sinistra, significa “AMIZADE”.

No centro, descansam em campo de blau (cor do fundo do Estandarte e que representa a imensidão celeste e a grandiosidade do Rito Escocês Antigo e Aceito no âmbito da Grande Loja), o Compasso e o Esquadro em ouro entrelaçados na posição de Aprendiz Maçom. Constituem o emblema da Ordem e simbolizam a justiça, a exatidão e a harmonia. Quando entrelaçados são considerados grandes jóias e grandes Luzes da Maçonaria, além de nos recordar quanto à justa medida das coisas e da retidão de conduta induz-nos, também, à união de forças e de idéias pelo seu entrelaçamento, à firmeza de conduta pelo metal e sua fundição pela mão do artífice maior, a executar belas obras, pela pureza e beleza do ouro.

Descansam, ainda, o Livro da Lei aberto (Ciência e Sabedoria) em arjante, também, sob as denominações de Volume da Lei Sagrada, Livro da Verdadeira Luz, Livro da Sabedoria ou outras. O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso são as Três Grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria. É obrigatória a presença sobre o Altar dos Juramentos, de um livro considerado pela religião dominante no país como “contendo a vontade revelada do “Grande Arquiteto do Universo”. É símbolo da Lei moral que cada maçom deve respeitar e seguir, e representa a Filosofia que cada um adota, ou a Fé que anima e governa os homens.

Descansam, também, ao centro as Mãos entrelaçadas na cor “carnação”, com as mangas do paletó na cor sable e a camisa com os punhos na cor silver, simbolizam o verdadeiro traje que os maçons devem usar durante as Sessões maçônicas e a cortesia, o cavalheirismo e a amizade que deve reinar entre os Irmãos.

A COLUNA dourada à destra e a COLUNA da mesma cor, à sinistra, existentes na porta de entrada de todas as Lojas Simbólicas, neste caso da Ordem Coríntia para simbolizar a beleza da Cavalheiros da Amizade designam, principalmente, o lugar que deve ser ocupado na Loja, respectivamente, pelos Aprendizes e Companheiros. O simbolismo das Colunas é imenso e quando são consideradas juntas, representam a sabedoria e a estabilidade do conhecimento, dando a entender que aquele que quiser viver uma vida mais plena e mais elevada deverá passar por este portal, ou seja, adquirir conhecimentos, pois encontrará os maiores prazeres da mente. Representam, ainda, os dois pontos solsticiais.

Um listel em campo arjante traz inscrito o grito de guerra, em letras sables: ARLS “Cavalheiros da Amizade” nº. 131.

O todo vem sustentado pelas letras G.·.L.·.E.·.S.·.P.·. (Grande Loja do Estado de São Paulo) em jalde, encimadas pela divisa Oriente de São José do Rio Preto-SP, fundada em 06 de novembro de 1965, ainda em letras jaldes.

O significado do símbolo poderia ser considerado complexo. Entretanto, nossa Ordem tem um apreço imenso pela tradição, por isso, do mesmo modo fomos buscar nos símbolos a forma completa das nossas tradições.

Assim, através do respeito, à Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo a ARLS “Cavalheiros da Amizade” que se prepara para o futuro inspirando-se no seu passado histórico e na presença do Sereníssimo Grão Mestre, Irmão Francisco Gomes da Silva; do Delegado da 16ª. Região Maçônica, Irmão Hércules Finato; do Delegado do .... º. Distrito, Irmão João Coelho Baptista; do Delegado do º. Distrito, Irmão Fernando Fialho de Oliveira; do Irmão João Castro Júnior, Membro do Conselho do Grão Mestrado da GLESP, e de muitos e ilustres maçons, lança, com muito orgulho, o novo Estandarte da Loja “Cavalheiros da Amizade”.

Buscamos aperfeiçoar-nos no conhecimento maçônico e na participação ativa dentro da Loja que é o lugar onde nos congregamos para adquirir conhecimentos, num exemplo verdadeiro de fidelidade ao compromisso de auto aperfeiçoamento e que demonstra um patente interesse pela Ordem e lá fora, no mundo profano, temos que dar o exemplo do aprendizado.

Aqui dentro, só aprender. Lá fora executar e dar o exemplo de um verdadeiro homem maçom bem formado. Essa é a verdadeira Maçonaria.

Alberto Gabriel Bianchi, membro da ARLS “Cavalheiros da Amizade” nº. 131, da Academia Rio-Pretense Maçônica de Letras e da Academia Maçônica Internacional de Letras de Lisboa.

Fontes de Pesquisa:

Trabalho de Renato Moreira Soares da Silva e Edevaini Veronez;

Aprendiz de Maçonaria, de Joacy da Silva Palhano;

Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, Nicola Aslan, Editora Maçônica “A Tolha” (4 volumes);

Dicionário de Maçonaria, Joaquim Gervásio de Figueiredo, Editora Pensamento;

Dicionário Ilustrado de Maçonaria, Sebastião Dodel dos Santos, Editora Essinger;

Dicionário de Heráldica;

Atelier Heráldico;

Rituais da GLESP