Aniversário, 28 de janeiro de 2011No dia 28 de janeiro, verão paulistano de 1946, na Rua Praia Grande nº. 18, Parada Inglesa (casa da minha avó Petra Cuesta Rodero Arroyo), em São Paulo, quando minha mãe tinha 19 anos e meu pai 22 anos de idade, nasci.
Adotei Pirangi, como cidade do meu coração, porque lá fui concebido em 1945, provavelmente no mês de abril e no sítio “Baixadão”, de propriedade do meu avô Alberto Bianchi, portanto, terra dos meus pais e quase todos os meus familiares, logo em seguida minha família viajou para São Paulo, onde recebi a luz do nosso mundo. E por esta razão minh’alma é pirangiense, com certeza.
E hoje, 28 de janeiro, uma sexta-feira, novamente dou-me parabéns por mais um aniversário feliz.
Um ano em que tudo ficou mais colorido, mais perfumado e as pessoas mais bonitas.
Vejo no semblante de cada um, mais sabedoria, mais força, uma beleza incomparável e inigualável. A verdadeira e eterna beleza que, com sua magia, só nos trás alegria e não mais desejos loucos, ciúmes doentios ou perversos, criando problemas inimizades, antipatias ou nos levando a loucura pelo desejo de posse, de escravização do ser humano.
Acredito que, nesta faixa etária, estamos fora dos tormentos das paixões doentias, da luxúria, da ignorância, dos preconceitos e erros. A idade e a maturidade pelo perpassar dos anos e pela experiência não nos dão a segurança absoluta das coisas, mas nos permite e nos ensina que a vivência, o aprendizado ajuda muito, mas também atrapalha. Uma coisa a experiência nos ensina: a termos bom senso e saber qual o nosso lugar no contexto social e o devido lugar na ordem das coisas.
Aprendemos a respeitar a juventude e apesar, de muitas vezes, nossas idéias serem rejeitadas, devemos insistir com aquelas que podem salvar muitos do abismo. Não somos o dono da verdade, portanto, não devemos impor, obrigando os jovens a aceitar. Nosso dever é o de alertar, espargir nossos conhecimentos para que eles aproveitem ou não.
Posso declarar ao mundo que nossos ideais, nossos sentimentos, nossos desejos são os mesmos de quando jovens, todavia, aprendemos, com o passar dos dias, a controlar nossa ansiedade, nossos ímpetos e viver de forma pacífica, prazerosa e harmoniosa deixando que os jovens busquem seus próprios caminhos acertando e errando, sentindo os prazeres e a dor do dia-a-dia para serem adultos com responsabilidade no futuro.
Tenho muitos amigos que, felizmente, mandarão mensagens, felicitações carinhosas pelo meu aniversário. Fico feliz com estas manifestações de sinceridade e de carinho.
Mesmo assim, desejo feliz aniversário para mim. Afinal, são 65 anos de existência e de total felicidade e eu me suporto com vontade cada vez mais de viver com intensidade.
Aprendi que a felicidade plena não está na arena de brigas, nem na coisa pequena. Está no mundo do amor, nas coisas que com calor, transcendem à nossa imaginação. A felicidade não está na ignorância, nem na ferocidade. Está na paixão e glória de viver, está no ser.
“A grande felicidade está em ser e não ter. É muito melhor ser do que ter. Ser melhor naquilo que faz, saber compartilhar, ser digno em nossas ações, ser um agregador de coisas boas e úteis. O ter é conseqüência. É como o amor: quem ama tem como conseqüência o prazer. Quem vive tem como conseqüência o prazer em viver.
A ambição construtiva cria um tipo de energia que se transforma em ação, em capacidade de superar dificuldades e de ajudar a mudar o mundo.
Vamos evitar que a vida seja inutilmente queimada no fogo da vaidade, da ganância, da futilidade, tornando-se insuportavelmente fugaz.
O homem destrói por ganância o meio em que vive. Predador e cruel, se importa apenas, com o lucro que poderá auferir.
Sejamos alguém e não algo. Saboreemos a vida, adicionando um bom tempero aos nossos dias, para que eles não passem em vão. Ajudemos o próximo, transmitindo calor em nossa passagem e deixando marcada a trilha da nossa existência uma forma singular de ser.
O dinheiro que deveria ser complemento de felicidade passou a ser um fim em si mesmo.
Em uma sociedade baseada em valores materiais, o homem continua cada vez mais angustiado, automatizado, aflito e infeliz. Consome vorazmente o que pode e quando não pode sente-se inferior em sem valor. Não aprendeu, ainda, que acumulando coisas, o ser humano passa a ser, ele também, coisa. De possuidor passa a possuído. Descarta e é descartado”.
Continuo achar um absurdo a exploração do homem pelo próprio homem e ainda, destruindo o planeta. Totalmente sem lógica a destruição do homem pelo homem. O capitalismo selvagem nos levará ao caos total. O homem tem que se unir e trabalhar em seu benefício. O sistema tem que ser mudado.
Neste ano, encontrei-me com um grande amigo que há muito não via e que já viajou o mundo como mecânico de navio e conheceu a Europa viajando de avião. Conversamos durante doze horas aproximadamente. Essa longa conversa, com ele, era muito comum, no passado. Ele tem muitas histórias para contar. Viajávamos juntos, pescávamos pelos vários rios brasileiros. É um ser humano formidável. Neste último encontro, uma prosa marcou e me fez sorrir muito de alegria por isso quero registrar. “Num determinado momento e de maneira muito espontânea ele comentou que alguns amigos e familiares, disseram-lhes em tom de conselho: porque que você não junta dinheiro para o futuro? Respondeu ele a todos: “Trabalhei muito a vida inteira, formei meus filhos e não esparramei nenhum dinheiro, porque devo juntar? Não quero ser escravo, a essa altura da minha vida, e ter que dormir tarde para assistir os jornais ou acordar cedo para ver a valorização do dólar ou o pregão das bolsas e saber como está o mercado financeiro e muito menos o mercado imobiliário. Quero mais é ser feliz, pescar, colaborar com a entidade que dirijo atualmente e viver em paz”.
Escutar isso me fez tão bem e quero encontrar-me mais vezes com esse amigo e companheiro de tantas jornadas, para prosear, escutar mais histórias e, especialmente aquelas sobre as ilhas de Trinidad e Tobago. Posso assegurar que ele tem uma família feliz. Os conheço há mais de trinta e cinco anos.
Este ano fui presenteado com o nascimento de mais uma neta, Maria Eduarda Bianchi, nascida no dia 13 de maio de 2010, filha de Alberto Kairalla Bianchi e Cíntia Pereira Bianchi.
Lancei mais um livro em 16 de setembro de 2010, intitulado “SEJA UM CONSTRUTOR SOCIAL”, THS - Editora, um trabalho de longos anos de pesquisa, um grande projeto que tem a pretensão de colaborar um pouquinho com a humanidade, ou melhor, com aqueles que querem ser mais humanos e buscam a paz social.
Leiam o que um escritor, historiador, jornalista e apresentador de Televisão escreveu a respeito do livro:
“O novo livro de Alberto Gabriel Bianchi reúne ensinamentos para quem busca o autoconhecimento e aspira ser mais que um agente social, sonha ser um construtor social. O que é ser um construtor social? Hás nesta simples pergunta uma gama de respostas. Simplificar esta resposta é um erro. Por isso Bianchi faz um esforço hercúleo para que o leitor encontre as respostas dentro do livro, usando como viés de ensinamento os conhecimentos que obteve ao longo de trinta anos de exercício pleno de Maçonaria.
Entretanto, este não é um livro maçônico nem dirigido para maçons; é universal. Bianchi encerra nestas páginas uma coletânea de ensinamentos encontrados na Maçonaria, trazendo a lume aquilo que é público e que pode ser publicado. Mas, ele bebe também em outras fontes do saber, como os legados sagrados de Jesus, Zoroastro, Buda, Confúcio, Platão, só para citar apenas alguns.
Ciente de que, como dizia Olívia, personagem chave do romance “Olhai os Lírios do Campo”, de Érico Veríssimo, há um grande trabalho a ser feito na construção de uma sociedade mais justa e mais humana, Bianchi nos convida ao conhecimento e ao aprendizado contínuo, independente de nossa idade, seja ela púbere ou provecta, do nosso grau de saber ou da profissão que temos. Como mestre, ele sabe que há sempre mais a aprender.
Ao iniciar seu livro narrando a construção da Catedral de Notre-Dame, em Paris, Bianchi sinaliza sobre o conteúdo que vamos encontrar. Mentes preguiçosas devem ficar longe dessa obra pontilhada de conhecimentos que os homens foram adquirindo, descobrindo e espargindo sobre o mundo ao longo da caminhada humana.
Por outro lado, apesar de englobar em si aprendizagem oriunda de diversos pontos do planeta e emanada de variadas fontes de verdades, a base da construção social do homem utilizada por Bianchi passa necessariamente pelos ensinamentos maçônicos preconizados, especialmente, pelas Grandes Lojas de São Paulo.
Usando um pouco de sua biografia, que transborda de riqueza e experiências, e agregando a ela os conhecimentos adquiridos principalmente entre as colunas das lojas maçônicas, Bianchi nos brinda com um livro prenhe de ensinamentos, que ele coloca à disposição de todos, sejam maçons ou não, mas que sejam livres e de bons costumes, que sejam interessados e não interesseiros, que sejam justos, mas não estreitos de pensamentos e que tenham, antes de qualquer coisa, sede de saber, que seja madeira de aprendiz.
Para Bianchi, todo homem precisa ter em si a chama de Sócrates: ser humilde diante da arrogância e admitir, quando sábio, que nada sabe. Sem essa chama todo o conhecimento se transforma em prepotência e toda sabedoria se queima e evanescem nas labaredas insanas da vaidade.
Bianchi encerra este livro nos revelando um manual de aplicação prática sobre tudo aquilo que foi aprendido, desde os segredos egípcios e a cabala judaica, aos preceitos esotéricos de várias concepções do mundo, passando também pelos meandros da peça “A Flauta Mágica”, de Mozart.
Independente dos caráteres maçônico e filosófico do livro, quem se aventurar nesta senda literária que Alberto Gabriel Bianchi nos oferta, dela sairá com a mente e alma mais fortalecidas, pois tomará contato com as coisas que o mundo aparente nos oculta, que são os elevados níveis de conhecimento que se encontram à disposição dos seres humanos de qualquer grau de instrução institucionalizada que ousam aprender sempre.
Esta é uma obra para leigos e não leigos, pois ambos haverão de se encontrar nas milhares de linhas que formam este livro e em cada linha o leitor atento encontrará uma fração de conhecimento que, ao percorrê-las todas, lá no final descobrirá um único e indissolúvel bloco de conhecimentos extraídos de várias fontes distribuídas ao longo dos milênios e de pontos geográficos diferentes”.
Aproveitem, senhores leitores e senhoras leitoras, há em vossas mãos um verdadeiro livro de cabeceira.
Lelé Arantes, editor,
Goiânia, inverno de 2010
O que mais quero na vida? Viver, viver e ser feliz.
Nota triste:
“Quem não sabe o que é ávida, como poderá saber o que é a morte”?
Como um ser terreno, portanto ignorante e ainda uma pedra bruta querendo ser polida, não consigo entender a vida, quanto mais à morte ou o “pós-morte” e, portanto, estou triste, muito triste porque no dia 11 de janeiro de 2011, faleceu nosso amigo do Ginásio Estadual da Vila Mazzei, Carlos Alberto Ávila Peralta de quem temos as mais lindas lembranças dos áureos tempos de juventude e, em 26 de janeiro de 2011, dois dias antes do meu aniversário, um ser querido, uma tia que amei muito durante toda minha vida, partiu para o mundo divino: Maria de Lourdes Nogueira Vessoni Atalla - 82 anos– Que os seus feitos sejam eternizados, sua bondade, sua singeleza, sua suavidade e sua nobreza de espírito, sirvam de exemplo para toda humanidade.
Em 28 de janeiro de 2012 aqui estarei novamente.
Alberto Gabriel Bianchi
São José do Rio Preto, 28 de janeiro, verão de 2011